Rio desaparece em apenas 4 dias e choca o mundo

Com certeza você já deve estar cansado de ouvir sobre as mudanças climáticas extremas que, segundo os cientistas, são causadas em boa parte pela própria humanidade e sua falta de responsabilidade para com o meio ambiente.

O problema é que sempre acreditamos que tais mudanças e suas terríveis consequências levariam muitas décadas, séculos e até milênios para resultarem em perdas, e dessa vez tudo aconteceu muito rápido...

Sim, pode acreditar, segundo o artigo publicado na revista científica 'Nature Geoscience', o desaparecimento do rio Slims, no Canadá, aconteceu em apenas 4 dias, e surpreendeu especialistas do mundo inteiro.

E saiba que não se trata de um rio pequeno, já que em alguns pontos ele tinha mais de 100 metros de largura entre suas margens!




Segundo os pesquisadores, as temperaturas altas fora do normal registradas na primavera passada contribuíram para o derretimento abrupto do glaciar Kaskawulsh, que é justamente o responsável por alimentar o rio Slims, e esse fenômeno acabou criando um novo canal de drenagem da água que desviou completamente o rio.

Ao invés de fluir em direção ao norte e alimentar o rio Slims (que se junta ao rio Yukón e desemboca no mar de Bering), a água do degelo foi para o sul, no rio Alsek, que deságua no oceano Pacífico.

E pra piorar, os especialistas afirmam que o rio Slims não voltará ao normal, e que essa mudança será permanente. Tais mudanças não seriam anormais, se acontecessem ao longo de milhões de anos, mas nesse caso existe algo muito errado, já que tudo aconteceu em apenas alguns poucos dias.

Agora, o rio Alsek (que é popular entre praticantes de rafting e considerado um Patrimônio Mundial da Unesco) está muito maior do que o rio Slims, e os pesquisadores tentam entender as possíveis implicações dessa mudança repentina.

creditos: Yukon Geological Survey do governo do Canadá

No caso do desaparecimento do rio Slims, tudo aconteceu em uma área selvagem relativamente despovoada, e portanto não teve grande impacto em populações humanas.

Porém, o impacto sobre o ecossistema da região foi dramático, com redistribuição de espécies de peixes, alteração da química dos lagos próximos além do surgimento de uma série de novas tempestades de areia que estão assolando a região no entorno do leito do rio que agora está seco.

Autoridades de diversos países já demonstram preocupação, já que tal fenômeno repentino poderia acontecer com outros rios, que são responsáveis pelo abastecimento de água de várias cidades ou pela geração de energia através de hidrelétricas.

Lonnie Thompson, paleoclimatologista da Universidade Estadual de Ohio, em entrevista ao The Guardian afirmou: -“Este não será o último evento desse tipo, e incidentes semelhantes podem acontecer nos Himalaias, nas montanhas dos Andes da América do Sul, ou outras partes do Alasca e Canadá, a medida que a mudança climática se acelera”.

Agora nós só podemos esperar que nossas autoridades prestem atenção nessa nova descoberta, e que algo seja feito com rapidez para evitar que mais mudanças como essa ameacem toda a vida na Terra.

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