Uma nova descoberta feita por pesquisadores da Fundação do Patrimônio Cultural e Natural Maia (PACUNAM) e publicada na revista 'Science' mostra que cidades antigas da civilização maia eram bem maiores e mais complexas do que se acreditava até agora.
Cientistas já sabiam que os maias construíam pequenos municípios, mas uma nova análise revelou que essa civilização alterava profundamente o meio ambiente e a geografia dos locais onde habitava, mantendo uma agricultura que sustentava populações enormes, que podiam alcançar cerca de 11 milhões de pessoas entre os anos 650 a 800.
A descoberta foi possível graças a tecnologia 'LiDAR', que usa aviões para disparar luz laser no solo onde a mata é densa e não permite visualizações aéreas, possibilitando a criação de mapas 3D que mostram detalhes da topografia de mais de 2 mil km² de terrenos com mata densa na região onde hoje é a Guatemala.
Comparação da visão de uma mesma área sem e com a tecnologia de mapeamento por laser
"Enxergando" através da vegetação como se fosse uma visão de raios-X, os cientistas identificaram aproximadamente 60 mil estruturas antigas, incluindo moradias de pessoas comuns e palácios. Todo o complexo era permeado por estradas que ligavam diferentes vilas e cidades, o que revela um sofisticado desenvolvimento urbano.
Segundo os responsáveis por essa nova descoberta, tudo o que acreditávamos saber até agora pode mudar radicalmente, incluindo a história da demografia, agricultura, política e economia dos maias, revolucionando a arqueologia.
Mapeamento por laser revela tudo por baixo da mata densa
"Todas as cidades maias eram bem maiores e mais populosas do que se acreditava", afirmou o arqueólogo Francisco Estrada-Belli, mestre da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos e um dos responsáveis pelo estudo que foi conduzido em parceria com Marcello Canuto, também de Tulane, e Thomas Garrison, do Ithaca College, em Nova York.
De acordo com os especialistas, domínio de técnicas de transporte e controle da água eram essenciais aos maias, que faziam o manejo de áreas e usavam a irrigação através de canais para garantir grandes colheitas, o que contraria as antigas teorias sobre uma agricultura extrema que destruía o solo.
Os pesquisadores também descobriram que a maioria das cidades maias contavam com estruturas defensivas, como pontes, valas, muralhas de pedras e plataformas altas estrategicamente posicionados, o que sugere que conflitos militares eram muito comuns em toda parte.
Depois de dominarem a região que hoje engloba México, El Salvador, Honduras e Guatemala, os maias sofreram com muitos problemas climáticos que secaram lagos e afetaram a produção agrícola durante boa parte do século 10. Isso levou a uma crise que desagregou a população, gerando tensões que derrubaram governantes e desestruturaram toda a sociedade.
Depois do declínio de sua civilização, os maias se espalharam por boa parte da América Central, sendo posteriormente subjugados depois da chegada dos espanhóis. Ainda assim a maior parte da população desses países tem origem ou miscigenação maia.
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