Segundo um novo estudo liderado pelo Dr Tom Jordan, da 'British Antarctic Survey' (Vigilância Antártica Britânica) e recentemente publicado no periódico 'Scientific Reports', existe algo bem incomum, gigante e muito quente sob as camadas de gelo da Antártida.
A área dessa fonte de calor compreende uma região sob o leito rochoso que é 3 vezes maior do que a cidade de São Paulo, de acordo com os especialistas responsáveis pela descoberta.
De acordo com o estudo, não existe o risco imediato dessa zona derreter grande parte do gelo antártico em um futuro próximo, mas os pesquisadores constataram que o ponto quente já derreteu uma área de aproximadamente 5 mil metros quadrados próximos da fonte de calor, causando fissuras profundas e desmoronamentos.
Gráfico mostra a tecnologia de radar aéreo usada para mapear região da Antártida
"Esse foi um projeto realmente incrível, examinando uma das últimas regiões totalmente inexploradas do nosso planeta. Nossos resultados foram bem inesperados, já que muitas pessoas pensavam que essa região da Antártida era constituída de pedras antigas e frias, que tinham pouco impacto sobre as camadas de gelo superiores", escreveu o Dr. Jordan em um comunicado.
Os cientistas não puderam afirmar por quanto tempo essa fonte de calor está agindo no local, mas acreditam que não é algo recente. Pesquisadores estimaram que esse 'hotspot' pode estar agindo por milhares de anos, talvez até milhões de anos, mas com as recentes mudanças climáticas do nosso planeta ela pode gerar efeitos inesperados.
Alguns cientistas também acreditam que todo esse calor possa estar sendo gerado por algum tipo de minério radioativo no leito rochoso, mas como não é possível chegar até essas profundidades para exames detalhados, podemos apenas pressupor o que acontece.
Esse projeto também procurou preencher as lacunas de uma incrível missão da Agência Espacial Européia que usou dados de satélite de mapeamento por gravidade em torno do Pólo Sul para examinar a litosfera da Terra sob o gelo. Os resultados foram bem impressionantes, descobrindo uma "colcha de retalhos" de continentes perdidos há muito tempo e características geológicas na litosfera da Terra.
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